Missão, Visão e Valores

Sua importância para as Lideranças de Unificação

Importante recordar a Visão, Missão e Valores da nossa federativa. A visão representa o que pretendemos alcançar enquanto instituição, a missão é o porque existimos e, finalmente, os valores são o alicerce fundamental que sustenta a busca pela visão e a execução da missão. Por que lembrar da visão, missão e valores? Porque nosso proceder precisa estar alinhado com este instrumento estratégico. Se o todo é somatório das partes, como alcançar o objetivo coletivo quando individualmente andamos no caminho contrário? Portanto, todas as nossas ações frente aos órgãos de unificação precisam estar alinhados com a visão, missão e valores institucionais.

Sempre que votamos ou propomos regulamentos, projetos, qualquer ação enfim, além de obedecer a decisões colegiadas, precisamos nos perguntar: esta ação, projeto, regulamento está alinhado com a Visão, Missão e Valores institucionais? Eis o critério. Se não estiverem, certamente seguiremos um caminho que não contará com a construção coletiva, não terá sustentabilidade de ordem espiritual ou material, senão se tornar fator desagregador no próprio movimento. Portanto, antes de mais nada, consultemos nossos propósitos institucionais.

Visão

Promover, apoiar e fortalecer o Movimento Espírita do Rio Grande do Sul na busca da eficácia e da melhoria da qualidade na tarefa de difusão do Espiritismo, ensejando oportunidade de aprendizado, desenvolvimento intelectual e educação dos sentimentos do homem, através do estudo e prática da Doutrina Espírita.

A visão de futuro da FERGS está alinhada com a visão de futuro do Espiritismo, vertida em muitas passagens das obras fundamentais da Doutrina e, também, dos textos da Revista Espírita como esse a seguir:

“	Perguntas-me qual será o futuro do Espiritismo e que lugar ocupará no mundo. Ele não ocupará somente um lugar. Ele encherá o mundo inteiro. O Espiritismo está no ar, no espaço, na Natureza. É a chave da abóbada do edifício social. Podes pressagiar o seu futuro por seu passa-do e por seu presente.	”
	— Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1863, Junho - Dissertações espíritas -O futuro do Espiritismo (Lyon, 21 de setembro de 1862 - Médium: Sra. B.).

Dessa forma, para que possamos atingi-la deveremos encadear ações previstas nos verbos que a descrevem e que são:

Promover

Significa impelir para diante, fazer andar; dar promoção, elevar, engrandecer, levar para fora, conceder maior nobreza e dignidade, por em lugar de destaque.

No que se refere ao Movimento Espírita isso se traduz em divulgar com maior ênfase, à rede federativa, o verdadeiro significado dessa instituição, da sua essência e da importância da sua constituição que é de natureza divina. Para que obtenhamos resultados nessa difusão, necessitamos sair da imobilidade, buscarmos a unidade fundamental, desenvolvendo competências adequadas às necessidades atuais da sociedade e da própria organização, a fim de torná-la eficaz em suas ações. A utilização de novas tecnologias e ferramentas de divulgação, os novos métodos de captação e formação de voluntários e lideranças, bem como a compreensão e a apreensão de processos de ensino aprendizagem que se aproximem cada vez mais da pedagogia do Cristo são demandas urgentes na nossa atuação.

A visão de futuro para o Espiritismo também está, com clareza meridiana, lavrada na obra “A Gênese”, no capítulo Predições do Evangelho, verbis:

“	A doutrina de Moisés, incompleta, ficou circunscrita ao povo judeu; a de Jesus, mais completa, se espalhou por toda a Terra, mediante o Cristianismo, mas não converteu a todos; o Espiritismo, ainda mais completo, com raízes em todas as crenças, converterá a humanidade.	”
	— A Gênese. Cap. Predições do Evangelho.

Diante da grandeza da obra proposta pelo Cristo, para O Consolador Prometido, cumpre aos adeptos sinceros, aos espíritas cristãos, empenharem-se na propagação da mensagem, torná-la conhecida, pregando-a a toda criatura, inspirados pela mensagem do benfeitor amigo em esclarecedora página contida no Evangelho Segundo o Espiritismo.

“	A cada um a sua missão, a cada um o seu trabalho. Não constrói a formiga o edifício de sua república e imperceptíveis animálculos não elevam continentes? Começou a nova cruzada. Apóstolos da paz uni-versal, que não de uma guerra, modernos São Bernardos, olhai e mar-chai para frente; a lei dos mundos é a do progresso. – Fénelon. (Poitiers, 1861.)	”
	— Evangelho Segundo o Espiritismo.

Apoiar

Significa dar sustentação, embasar.

A Federação foi constituída e fundada pelos centros espíritas para dar-lhes apoio, na condição de células do Movimento Espírita. Por isso a visão federativa propõe uma ação permanente de alimentar o seu núcleo base e retroalimentar-se dele, para que a rede se mantenha saudável, produtiva e alinhada com os princípios do Evangelho de Jesus, aclarados pelo Espiritismo

Fortalecer

Significa tornar mais forte, mais convincente, mais guarnecido, mais atuante. A força do Movimento Espírita advém da capacidade de união dos espíritas e quando o Espiritismo estiver, suficientemente, vivido e compreendido pelos seus adeptos, tornar-se-á inexpugnável aos ataques movidos pelos adversários da luz.

A visão da FERGS pressupõe, ainda, a organização preconizada pelo Codificador no Projeto 1868, quando afirma:

“	Sob esse aspecto, a Sociedade tem necessariamente que exercer grande influência, conforme o disseram os próprios Espíritos; sua ação, porém, não será, em realidade, eficiente, senão quando ela servir de centro e de ponto de ligação donde parta um ensinamento preponderante sobre a opinião pública.	”
	— Obras Póstumas. Projeto 1868.

Portanto, cabe-nos estabelecer as condições para que o Espiritismo chegue a todos os corações e seja vivenciado sobre as bases da Codificação Kardequiana, unindo a humanidade em um só rebanho e um só Pastor, condições estas que as equipes do time federativo (Centros, Uniões, Conselhos Regionais, Diretoria Executiva, Conselho Federativo e Fiscal) desenvolvem, à medida que empreendem a adequação das suas ações ao Plano de Trabalho Quinquenal, aprovado pela Assembleia Geral da FERGS, estabelecido em consonância com o Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro, ambos se constituem em elementos que produzem a convergência de esforços, pois que promanam do centro e dos pontos de ligação da rede, quais sejam as suas estruturas federativas brasileira e estadual.

Missão

"Orientar a unificação e integração dos centros espíritas do Rio Grande do Sul, pautadas nos valores éticos, sociais, educacionais e humanos, alinhados com a moral do Cristo, aclarada pelos princípios fundamentais da Doutrina Espírita."

A Missão da FERGS, a sua razão de ser, afirma-se para que o Espiritismo cumpra a sua Missão.

Na questão 799 de O Livro dos Espíritos Kardec indaga aos benfeitores espirituais:

“	De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso? Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos.	”
	— Questão 799 de O Livro dos Espíritos.

Destarte, a Missão da FERGS traduz as atividades previstas por Allan Kardec para a comissão central permanente, cuja organização e atribuições se definam de maneira a não dar azo ao arbítrio. Embora o tempo decorrido da elaboração do projeto aos dias atuais as atribuições permanecem como necessidades atuais para o trabalho em nossas fileiras.

Escreve Allan Kardec:

Serão estas as atribuições principais da comissão central:

“	1º Cuidar dos interesses da Doutrina e da sua propagação; manter-lhe a utilidade, pela conservação da integridade dos princípios firmados; prover ao desenvolvimento de suas consequências; 2º O estudo dos novos princípios, suscetíveis de entrar no corpo da Doutrina; 3º A concentração, em seu poder, de todos os documentos e informa-ções que interessem ao Espiritismo; 4º A correspondência; 5º A manutenção, a consolidação e a extensão dos laços de fraterni-dade entre os adeptos e as sociedades particulares dos diversos países; 6º A direção da Revista, que será o jornal oficial do Espiritismo e à qual se poderá juntar outra publicação periódica; 7º O exame e apreciação das obras, dos artigos de jornais e de todos os escritos que interessem à Doutrina: a refutação dos ataques, se a-parecerem; 8º A publicação das obras fundamentais da Doutrina, nas condições mais favoráveis à sua vulgarização; a elaboração e publicação das de que daremos o plano e que não teremos tempo de executar em nossa atual existência; a animação de que precisem as publicações que se-jam de proveito para a causa; 9º A fundação e conservação da biblioteca, dos arquivos e do museu; 10º A administração da caixa de socorros, do dispensário e do retiro; 11º A administração dos negócios materiais; 12º A direção das sessões da Sociedade; 13º O ensino oral; 14º As visitas e instruções às reuniões e sociedades particulares que se colocarem sob o seu patrocínio; 15º A convocação dos congressos e assembleias gerais.	”
	— Obras Póstimas.

As orientações, materiais e documentos, emanados da Federação, são postos à disposição dos centros espíritas, sem imposição, mas como sugestões para promover a integração e a unificação. Firmar o termo de compromisso de caminhar junto com o Movimento Espírita é uma decisão voluntária e consciente de cada centro espírita, tomada pela sua Assembleia Geral quando conscientiza-se de que essa é a decisão que serve à instituição.

A missão da FERGS pressupõe sempre, na atuação de seus adeptos, a vivência das lições expressas na mensagem luminosa de Bezerra de Menezes, “Unificação”, Psicografada por Francisco Cândido Xavier in Reformador, dez/1975) FONTE: CEI - Conselho Espírita Internacional, qual seja:

“	Allan Kardec nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não se faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento. Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação. Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.	”
	— Unificação. Reformador, dez. 1975..

Missão é caminho, é causa primeira da existência de qualquer organização. Na causa federativa está o dever primordial de unir e reunir.

Na lição do venerando Bezerra de Menezes encontramos orientações seguras para a convivência e o trabalho de difusão, em bases seguras e agregadoras.

Unidos seremos resistência, fragmentados seremos vencidos em nossos objetivos essenciais. Temos o direito de discrepar, de pensar de maneira diversa e o dever de discutir, de expor, mas não de dissentir. Evocando o encontro de Jerusalém, quando as duas figuras exponenciais do Evangelho de Jesus, Pedro e Paulo, enfrentaram-se para debater paradigmas de alta relevância na divulgação do Evangelho límpido e cristalino que Jesus trouxe para todos, sem privilégios nem preconceitos, relembramos que foi o amor que venceu as opiniões divergentes e que em lágrimas fez que o primeiro concílio dos cristãos se transformasse na pedra angular da divulgação da verdade, depois que o Mestre retornou aos páramos divinos.

Valores

Os valores de uma instituição são os limites da sua atuação. Nenhuma ação será realizada para o cumprimento da missão, se os valores da instituição, de alguma forma, forem vulnerados ou desatendidos.

Trabalho Solidariedade Tolerância Liberdade Respeito às diferenças Amor Fraternidade União Simplicidade são os valores que incidem nas convicções que determinam todas as atividades da gestão federativa.

A enumeração dos valores federativos é exemplificativa, pois que a instituição deve balizar a sua atuação em todos os valores do Evangelho de Jesus e da Doutrina Espírita.

Nossos valores são os princípios que nos distinguem e atestam a verdade contida na afirmativa de Humberto de Campos, na obra Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho: A sua organização federativa é o programa ideal da doutrina no Brasil, quando chegar a ser integralmente compreendido por todas as agremiações de estudos evangélicos, no país.